sábado, 26 de junho de 2010

Era pra ser uma cena...





Bom, na aula de quinta-feira, a FaFa nos pediu que lêssemos ao menos um pouco sobre "O Grande Mentecapto" e então, era pra dar a louca e escrever uma cena ou fazer um desenho ou algo do tipo. Bom, eu escrevi e ela até achou legal, but o que eu escrevi acabou virando um conto. OMG!! Fazer o quê, né? Não dá pra acertar todas. OKPSOPKSEOKE Mas pra quem ficar afim de ler, aí tá:


Estava confuso. Andava em direção a uma rua estranha - o tipo de rua na qual eu não iria ao menos que quisesse ser assaltado ou algo do gênero - e as cores me pareciam fortes demais pra serem reais enquanto o vento frio que tocava meu corpo fazendo com que meu pelos se eriçassem era real demais pra ser um sonho. Não entendia porque continuava caminhando naquela direção, era como se eu tivesse de chegar a algum lugar importante e a única maneira de chegar fosse aquela. De repente, ouvi algo que parecia o eco dos meus passos e de início eu não me preocupei, estava intrigado com o meu destino final, mas essa despreocupação acabou em poucos minutos, quando pude ouvir esse “eco” se acelerar gradativamente. O som realmente era de passos, mas não dos meus. Deixei que meu rosto se virasse apenas um pouco enquanto uma onda de medo percorria meu corpo. Não pude ver muito além de sua silhueta. Era alto e de ótima forma física, procurei ver um pouco mais, mas, se o fizesse, a discrição seria automaticamente quebrada.
Sem sequer tentar analisar um pouco mais a situação, comecei a acelerar meus passos, sem notar que saia da tal rua e cruzava esquinas. O medo me permitia ouvir meu coração bater e também o acelerava. Quando me dei conta de onde estava, notei um muro a alguns metros de mim e apesar de ter praticamente corrido, os passos ainda eram audíveis e isso realmente me incomodava. Continuava caminhando e agora notava a rua sem saída. Olhei então para a pessoa que estava me seguindo enquanto continuei caminhando de costas, na esperança de que algo acontecesse enquanto eu não olhava. Meus olhos fitaram o homem que trajava uma roupa casual – uma regata branca qualquer e uma calça jeans - e antes que eu pudesse reparar nele com mais precisão, sua voz me fez entrar em choque:
- Eu não vou te machucar.
Ele disse, como numa cena clássica de filme de terror. Se não me machucaria, por que me seguia? Caminhei de costas até que pisei no que parecia ser uma poça d’água. Podia sentir algo molhado encharcando a minha calça jeans e o que me preocupava é que esse líquido parecia continuar subindo, ele estava em meus joelhos e foi quando eu decidi olhar pra baixo. Estava afundando e não sabia onde. Apenas fechei meus olhos e deixei que aquele líquido me sugasse, me levasse onde quer que fosse me garantindo de que qualquer outro lugar seria mais seguro, mas, minha curiosidade fez com que eu abrisse os olhos e me vi caindo. Meus cabelos ao vento, meu pertences saindo dos bolsos, minha roupa aos poucos parecia ser arrancada... Voltei a fechar os olhos e só os abri novamente quando senti o baque de minhas costas se debatendo contra algo que eu não sabia ao certo o que era.
Sentei-me e elevei uma de minhas mãos aos meus cabelos, passando-os para trás, minhas roupas estavam diferentes e antes que eu pudesse me questionar sobre como isso havia acontecido, ouvi os passos se aproximando de mim. Havia um círculo de pessoas a minha volta e todas elas levavam consigo uma expressão de curiosidade e interesse. Nesse instante, cheguei á conclusão: Não estava sendo seguido, estava sendo guiado!
- Quem são vocês?
Disse já me levantando. Acostumado com minha total falta de equilíbrio, não me importei com o meu discreto tropeço e me firmei no chão. Minha voz não tinha a firmeza que eu desejava que tivesse, mas isso já não importava mais.
Eles me olhavam e diziam coisas, coisas que eu sequer entendia. Parecia uma língua estranha ou até mesmo que aqueles idiotas estavam zombando de mim.
- Digam-me! Quem são vocês?
Minha voz agora tinha o tom que eu desejava, forte e imponente. Mas isso não adiantou muito. Senti que alguém me puxava e tentei lutar contra isso, mas, mesmo se tentasse escapar, pela quantidade deles, o máximo que conseguiria seria parecer ainda mais patético. Caminhamos por um tempo que pareceu longo – talvez pelo medo que fazia minha cabeça latejar ou pelas palavras que eu ainda não podia entender -, passamos por árvores molhadas e repletas de musgos e por mais surreal que pudesse parecer, logo estávamos em meio a rochas de tom avermelhado, daquelas que se encontra em desertos. Biomas tão diferentes não deveriam ter tão pouca distância entre si, mas não quis pensar nisso naquele momento – Eu estava ferrado demais pra pensar, diga-se de passagem -. Continuamos caminhando e eles me guiaram até uma caverna completamente escura. Não podia ver muito além do que um fósforo recém aceso permitia.
- Sabe por que está aqui?
Disse uma voz que eu não conseguia me lembrar a quem pertencia, mas, que me parecia muito familiar. Uma voz grave, repleta de confiança.
- Não.
Minha voz deixou a sinceridade implícita e então as blablações voltaram. Não podia entender nada e isso me deixava mais nervoso a cada segundo. Quem eram eles e o que queriam de mim?
- Espero que isso o ajude em algo.
Ele tinha um sorriso malicioso enquanto sua mão esquerda vinha com velocidade ao meu rosto. Fechei os meus olhos esperando que algo acontecesse, estava claramente assustado e essa é a ultima coisa da qual me lembro. Quando acordei, imediatamente olhei pro relógio, eram 3 da manhã, ainda distante do meu horário de acordar e então respirei fundo. Olhei pra janela e então reparei a chuva – que se debatia contra minha janela fazendo um ritmo confortável - não era forte e que talvez me ajudasse a dormir. Respirei fundo e então olhei ao meu lado. Lá estava ele – o homem que me seguia -, com uma corda na mão e o mesmo sorriso malévolo nos lábios. Meu coração disparou, minha garganta pareceu se fechar, meu corpo tremia fora de controle e quando senti suas mãos geladas em meu rosto, covardemente fechei meus olhos, desejando que aquilo acabasse logo. Quando os abri de novo, meu despertador tocava, eram 06h15min, hora de ir pra escola. Aliviado, porém um pouco assustado, olhei em volta, com desconfiança de que ainda não havia acabado.
Desde então, passo meus dias me perguntando: Afinal, até onde o sonho é sonho e o real é real?

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